quarta-feira, 29 de junho de 2011
¡Fuerza, River Plate!
O dia 26 de junho era até este domingo motivo de muita festa e alegria para o River Plate. Em 1996, há exatos 15 anos, os Milionários venciam o América de Cali, da Colômbia, por 2 a 0, e se sagravam campeões da Taça Libertadores da América pela segunda vez. Agora, o gigante argentino terá de dividir a data com a maior decepção de seus 110 anos de história. Com o empate por 1 a 1 com o Belgrano, no Monumental de Nuñez, o clube presidido por Daniel Passarella foi rebaixado para a Segunda Divisão nacional.
O River Plate havia perdido o Primeiro jogo da repescagem contra o Belgrano, na quarta-feira (22/06), pelo placar de 2 a 0, em Córdoba. No jogo de volta, no Monumental de Nuñez, o River precisava vencer por dois gols de diferença. Saiu na frente, logo aos cinco minutos, permitiu a igualdade na etapa final e até desperdiçou um pênalti em seguida. No fim, torcedores invadiram o gramado e paralisaram a partida, que sequer teve continuação.
O JOGO
Apesar do gol anulado do Belgrano logo aos quatro minutos, corretamente marcado pelo árbitro Sergio Pezzota, foi o River Plate quem mandou no primeiro tempo. Empurrado por sua torcida, que lotou o Monumental e fez linda festa, os Milionários nem pareciam a mesma equipe apática de quarta-feira.
Não à toa a resposta ao susto foi efetiva e muito rápida. Após lançamento, Pavone dominou, girou e emendou bonito, de fora da área. O chute rasteiro entrou no canto. Eram apenas cinco minutos de jogo.
Os donos da casa foram para cima e passaram a acreditar ainda mais na possibilidade de se salvar do descenso. Aos 25, reclamaram com razão de um pênalti não marcado pelo juiz em cima de Caruso. No lance seguinte, a cabeçada de Díaz passou raspando o travessão e assustou. A última jogada de grande perigo veio aos 30, com Pavone, em chute de fora da área.
O apito final trouxe minutos de incrível atmosfera no estádio. A torcida colocou a paixão no canto e enviou mensagem de apoio à equipe. Mas foi novamente o Belgrano quem criou ótima oportunidade na etapa final.
Aos 3, Pereyra avançou livre em contra-golpe e tentou por cobertura. Carrizo rezou e a viu sair por cima.
O tempo passava rápido para o River, que já não era o mesmo e tentava administra o nervosismo com o futebol. Mas nova falha do sistema defensivo praticamente pôs tudo a perder. Aos 17, Díaz e Ferrero protagonizaram cena de trapalhões e viram a bola sobrar limpa para Farré empurrar.
As expressões da torcida já eram de desânimo e desespero quando Caruso sofreu pênalti aos 22. Pavone, autor do primeiro gol, assumiu a responsabilidade e foi para a cobrança pela qual certamente não será esquecido. Um chute rasteiro, no centro do gol, acabou nas mãos do goleiro Olave, que sequer deu rebote.
Àquela altura, alguns torcedores já choravam. O River ocupou boa parte do tempo restante no campo ofensivo, ensaiou uma pressão, mas a missão era mesmo espinhosa. Aos 45, alguns invadiram o gramado e o jogo foi paralisado. Bombeiros usaram mangueiras d'água para afastar os mais nervosos. Não houve volta. Houve choro e muito drama, refletido no rosto do goleiro Carrizo e de tantos outros. Era o fim de uma era na elite, agora com o espaço ocupado pelo modesto Belgrano.
Perdieron la batalla, pero la guerra continúa. ¡Fuerza, River Plate!
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